14/03/2016 - 17:06 Conhecimento técnico e boas ações das Irmãs Missionárias |
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Foto: Divulgação
As religiosas da Consolata estavam distribuídas estrategicamente nos setores do hospital Santo Antônio. Cuidavam dando suporte em áreas como refeitório e rouparia, além de garantir o atendimento de Enfermagem. Muitos pacientes se diziam confortados com a presença das irmãs que acumulavam conhecimento técnico, prático e quando solicitado o apoio religioso. As Irmãs Doroti e Iltrudes buscaram formação técnica em Botucatu e tiveram passagem considerável trabalhando em Votorantim. Irmã Doroti teve a experiência de trabalhar por aqui ao longo de cinco anos e comemora dizendo que grande parte desse tempo esteve se dedicando no setor de maternidade. “Fiz um pouco de tudo, na parte clínica, pediatria, enfim onde precisava, mas o que marcou foi estar na maternidade, com muitas crianças nascendo pelas minhas mãos” comenta Irmã Doroti que ficou conhecida pelas demais religiosas como a Irmã Sorriso. Já Irmã Iltrudes destaca orgulhosa que esteve em dois momentos no hospital Santo Antônio e ao todo foram quase 20 anos. “Na primeira vez coordenava a cozinha. Um trabalho que exige carinho e atenção às necessidades de cada paciente. Era a responsável pelas compras de produtos e os deixavam prontinhos para a cozinheira. Já na segunda passagem trabalhei na Enfermagem e cuidava dos pacientes, dos avisos aos médicos, ministrava a medicação, fazendo toda a parte de Clínica e também trabalhando na Maternidade” comenta Irmã Iltrudes. A vocação religiosa das missionárias sempre foi motivo de admiração e grande parte dos que passavam a ter contato com elas no hospital viam a disposição de quem chegou até mesmo se distanciar do aconchego familiar para dedicar suas vidas por inteiro a servir aos que necessitam de apoio. Para parte dos pacientes a presença delas era indispensável para buscar mais forças e disposição para vencer as dificuldades de uma doença. As religiosas hoje colecionam saudades de quando estiveram em Votorantim. São lembranças das equipes de trabalho e de pessoas da comunidade. Foram muitos momentos de alegria que marcaram suas vidas, como os nascimentos, que é uma alegria à mãe e aos que estão dando assistência a sua volta. “O médico pediu para fazer uma transfusão de saúde na paciente, era o procedimento a ser feito naquele momento e o esposo ao perceber disse para suspender imediatamente. Eles eram de uma religião que não admitia tal situação. Eu disse que estava fazendo o que havia sido determinado e não podia atendê-lo, alertei sobre as complicações que podiam ocorrer, então liguei para o médico e percebendo que o marido estava irredutível, foi cobrado para que assumisse toda a responsabilidade pela vida da paciente, tanto que o esposo até assinou um termo. Aí não teve jeito, não houve a transfusão de sangue e ela faleceu” relembra Irmã Iltrudes. Como deve ter sido angustiante para a religiosa viver tal situação, da mesma forma para os demais membros da equipe que ficaram impedidos de reverter tal situação. “A gente guarda muitas saudades, ainda recebemos telefonemas de amigos que nos pedem para visitá-los. Aí eu combinado com a Irmã Fidência, que mora em São Miguel Paulista, pegamos metrô, nos encontramos na rodoviária e tomamos um ônibus a Votorantim. Passamos um dia diferente, animado, bom mesmo” destaca a religiosa. As Irmãs Doroti e Iltrudes moram atualmente na casa regional da ordem missionária, no bairro Mandaqui, em São Paulo. Ali é possível tomar conta das religiosas de mais idade e auxiliar as mais jovens que se preparam para fazer novas missões no Brasil ou fora do país.
Informação publicada na página 16 da edição 159 da Gazeta de Votorantim de 12 a 18 de março |
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