Uma via pública pequena e estreita, com casas simples e geminadas, está localizada próximo ao centro e é uma das mais antigas da cidade. É a rua Bernardino de Campos, que surgiu antes mesmo da construção das moradias da Chave e Barra Funda.
Conhecida como “Rua do Barranco”, está posicionada no pé do Morro do Macuco, uma via sem saída, se utilizando apenas de uma faixa lateral que dá acesso à rua Amirtes Luvison e a poucos metros do portão da fábrica Alpina e da igreja matriz São José.
A rua surgiu quando a antiga fábrica de tecidos Votorantim teve a iniciativa de fixar parte dos trabalhadores no entorno da empresa. Primeiro planejou a rua Lacerda Franco que viria a concentrar serviços no antigo centro do Distrito Votorantim, a segunda via foi a rua Bernardino de Campos, para na sequência serem construídas as demais casas operárias.
No começo todos a chamavam como a “Rua do Barranco”, num período em que era comum dar nomes de vias públicas associando a relação humana com acontecimentos sociais, culturais e políticos ou ainda fazer menção a aspectos físicos como relevos, arquitetura...
Por ser um dos locais mais antigos, ali passaram gerações e se formou uma coleção de histórias que ajudam a retratar a evolução por décadas sobre o cotidiano local. No pouco espaço que sobrava no quintal era comum ver o cultivo de pomares e hortas.
Quase nada mudou, a não ser na parte baixa da rua, quando foram demolidas nove moradias para atender a ampliação dos galpões da fábrica. Saudades são muitas, como as primeiras rodas de brincadeiras de crianças que agora já são avós, o comércio de aluguel de bicicletas de Adolfo Campioni, a presença da saudosa dona Amélia Ribeiro de Góes com a cinta na mão para chamar a atenção das crianças e dentre outras tantas situações do dia a dia.
Até Mathias Gianolla morou na “Rua do Barranco”, quando veio aos sete anos de idade com a família da vila operária Baltar. Ele trabalhou como office-boy, conquistou novas funções até chegar a condição de gerente da fábrica e posteriormente diretor do grupo empresarial.
Cesar Silva é jornalista e autor
de três livros sobre a história local
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Coluna publicada na página 14, da edição nº 343, da Gazeta de Votorantim, de 15 a 29 de novembro de 2019.