Donos de micro e pequenas empresas pretendem investir no negócio em 2021
Especialista dá dicas para empresários melhorarem os negócios durante a pandemia
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Apesar de todas as dificuldades do ano passado, os donos de micro e pequenas empresas começam 2021 otimistas. É o que revela uma pesquisa realizada pelo Sebrae, mostrando que 63% dos empresários pretendem investir no negócio neste ano.
O levantamento também mostrou um comportamento dos empreendedores que têm ganhado cada vez mais importância: implementar inovações como forma de driblar os obstáculos impostos pela pandemia de Covid-19.
"Muita coisa mudou de uma forma muito rápida, tanto no marketing, como no comportamento das pessoas. Hoje não existem mais padrões. Por isso, cada vez mais os empresários precisam monitorar o mercado, avaliar as próprias empresas e inovar nos segmentos para continuar atuando e crescendo", afirma o especialista em marketing e negócios de Sorocaba, Fernando Baddini.
Os números da pesquisa do Sebrae comprovam que a orientação do especialista é uma tendência no mercado. Entre setembro e novembro, cresceu de 39% para 43% o número de empresas que passaram a oferecer um novo produto ou serviço, por força da crise.
A pesquisa apontou ainda um aumento (de 67% para 70%) na proporção de empresas que vendem utilizando a internet (aplicativos, Instagram, WhatsApp, entre outros).
Faça um raio-X
Para o especialista, a chegada de um novo ano é uma excelente oportunidade para os empresários avaliarem os próprios negócios e traçarem as estratégias para 2021.
"Todo mês é tempo de fazer um raio-x na empresa, principalmente quando as coisas estão tão frágeis e mudando tão rápido como agora, nessa pandemia. Mas o primeiro bimestre é uma boa época porque geralmente esse é um momento em que muitos segmentos estão mais tranquilos e muitas empresas estão em férias coletivas", explica.
Esse raio-x se divide em analisar três momentos da empresa: propósito, ação e visão. "Você também pode chamar de antes, durante e depois. Ou ainda de origem, presente e futuro. Onde a origem é você se lembrar do propósito da empresa, ou seja, porque ela foi criada? Precisamos pensar na origem e no propósito disso tudo antes de passar para a próxima fase", detalha Baddini.
O segundo passo é avaliar as ações que estão sendo tomadas e a qualidade do serviço ou produto que está sendo entregue. "Será que as decisões e caminhos que se tem tomado condizem para o que foi desejado e sonhado lá na origem? Será que você não acabou mudando o foco ou desfocando do objetivo principal se perdendo pelo meio do caminho, até sem perceber?", questiona o especialista.
Diante disso é possível decidir o futuro, quais os próximos passos e atitudes a serem tomadas pela empresa. "Se você conseguir pensar essas questões e repensar o seu negócio, muita coisa pode mudar".
Seu negócio ainda vai existir daqui cinco anos?
Em um mundo com tantas mudanças, empresas e segmentos inteiros mudam completamente em questão de meses. Estar atento ao mercado e a perenidade da própria empresa podem garantir o crescimento da empresa e servir como fonte para a inovação.
"Será que nos próximos cinco ou dez anos o seu negócio vai existir como ele é hoje? Essa é uma pergunta que pode chocar, mas pensar sobre isso pode fazer toda a diferença. Estar atento ao futuro do mercado evita que a empresa esteja fadada a desaparecer, como foi o caso das locadoras de vídeo e tantos outros negócios. Se o empresário conseguir se ater a isso agora, pode ir transformando a empresa para que ela tenha maior perenidade no médio e longo prazo", diz Baddini.
Um exemplo são os postos de combustíveis, que da forma como são hoje devem deixar de existir num futuro próximo já que os carros a combustão tendem a deixar de existir. "Mas se começar a pensar em oferecer tomadas de abastecimento para carros elétricos e serviços para atender as pessoas que aguardam algum tempo até que os carros sejam abastecidos, o seu negócio pode reinventar-se e durar por muito tempo", exemplifica.
Atenção ao público
Outra forma de inovar é prestando atenção no público ou cliente do negócio. Baddini afirma que a visão e percepção do empresário fazem toda a diferença, mas alerta para o perigo de misturar esses dois pontos e considerar que os clientes possuem a mesma opinião.
"Muitos empresários, principalmente os que possuem menor sensibilidade e empatia, sofrem do mal de pensar que todo mundo pensa e sente do mesmo jeito que ele mesmo e aí mora um gigantesco perigo", diz o especialista.
De acordo com Baddini, prestar atenção no comportamento dos clientes se torna ainda mais importante durante a pandemia e neste começo de ano, uma vez que os estímulos e mudanças no dia a dia alteram a forma de agir dos consumidores praticamente de forma instantânea.
"Os empresários ainda costumam pensar que seus clientes leem e percebem uma comunicação da mesma forma que ele mesmo ou seus amigos, pensam que os mesmos detalhes que ele não repara também não serão observados por seus consumidores e mais uma série de ignorâncias (no sentido de ignorar algo) que a grande maioria dos perfis comportamentais dos empresários costumam ter e nesses momentos de extremas mudanças costumam fazer grandes impérios ruírem por falta percepção do outro", alerta.
Fonte: Assessoria de imprensa
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