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Por Marcelo Andrade

Votorantim comemora 60 anos de emancipação político-administrativa nesta sexta-feira, dia 8, chegando ao que chamamos de “terceira idade” e, além de estar mais velha como cidade, também está mais “experiente” quando o assunto é a sua população. Para se ter ideia, o número de pessoas com 60 anos ou mais na cidade saltou quase 82% entre 2010 e 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Índice bem acima do nacional, que foi de 56%. O total de pessoas com 60 anos ou mais era 10.495 em 2010 e passou para 19.043 em 2022.

De acordo com a legislação brasileira, considera-se pessoa idosa aquela que atingiu 60 anos de idade ou mais. E, conforme os dados do IBGE, com base no Censo 2022, dos 127.923 habitantes, 19.043 tem idade de 60 anos ou mais, cerca de 15% do total.

A faixa etária que possui mais pessoas idosas na cidade é justamente a idade no qual Votorantim aniversaria, 60 anos, até 64, 6.347, sendo 3.453 mulheres e 2.894 homens.

Na sequência, o maior número de pessoas idosas em Votorantim é de 65 a 69 anos, com um total de 4.876, sendo 2.641 mulheres e 2.233 homens.

A proporção de pessoas entre 85 e 89 anos é 566 idosos, enquanto que de 90 a 94 chega a 194 pessoas. O número de idosos com idades entre 95  a 99 anos é de 51 pessoas. Se comparado com o total nessa faixa etária em 2010, o crescimento foi de 50%, já que naquele ano o número era de 34 idosos.

Os centenários em Votorantim chegaram a 13 no total, sendo 6 homens e 7 mulheres, ante 5 em 2010, dos quais 2 homens e 3 mulheres.

A reportagem da Gazeta questionou a Prefeitura sobre quais são os projetos e ações implementadas voltadas à terceira idade, mas mesmo após quatro dias de prazo até o fechamento da edição, sequer houve retorno em questões tão simples, mas menos importantes para a população.

Os motivos e o pouco caso do Poder Público

Para o geriatra Celso Furtado de Oliveira,  uma série de fatores levam a esta marca, como os novos arranjos nupciais e baixas taxas de natalidade.

Ele acredita que, cada vez mais, é preciso dar atenção para esta faixa da população, já que ela aponta que a sociedade ainda não está preparada para receber de maneira inclusiva as pessoas mais experientes. Isso causaria exclusão, que, para ele, é o principal problema enfrentado pelas pessoas da terceira idade.

“A exclusão é o maior problema que as pessoas da ‘melhor idade’ enfrentam: o confinamento, e o negligenciamento. Vejo que são as três maiores questões, fora a violência. Votorantim, assim como a maior parte da sociedade, ainda não se preparou para receber a população idosa que cresceu de forma muito relevante”, disse  completou: “Nós não estamos preparados para acolher essa população. Deveríamos ter mais espaços para esses idosos”, disse e completa: “Quando o Poder Público Municipal sequer responde a imprensa sobre suas ações voltadas a esse público isso evidencia um descaso total e esse público que já é tão carente e busca na imprensa informações que julgam relevantes”, destacou.