Coluna cerca-lourenço de 23/08/25

Prefeitura afirma que acatará integralmente a decisão do TCE-SP
A Prefeitura de Votorantim informou que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) determinou a suspensão cautelar dos pagamentos referentes à aquisição de uniformes escolares no município. A medida vale até que a administração apresente as informações adicionais solicitadas pelo órgão de controle.
Em nota oficial, a Prefeitura destacou que acatará integralmente a decisão do TCE-SP e reforçou o compromisso com a transparência e o respeito às instituições de fiscalização.
Segundo a Secretaria de Educação, o município mantém controle sobre o recebimento e a entrega dos uniformes, desde a chegada dos fornecedores até a destinação final aos alunos. A gestão afirma que todas as peças estão documentadas e “que as poucas que apresentaram defeitos foram substituídas pela empresa contratada.”
Além das informações a serem enviadas ao Tribunal de Contas, a Administração informou que também encaminhará a documentação a órgãos consultivos do município, com o objetivo de ampliar o acompanhamento e a fiscalização por parte da sociedade.
A Prefeitura reiterou ainda o “compromisso com a lisura, a transparência e a correta aplicação dos recursos públicos”, ressaltando que seguirá colaborando com os órgãos de controle sempre que questionada.
Fala de Lilo soa como vingança contra governo Manga
Quem voltou à cena política de Votorantim após um período de silêncio foi o ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Pastor Lilo. Em mensagens publicadas nas redes sociais, ele direcionou duras críticas ao prefeito Weber Manga (Republicanos) e ao atual governo municipal, questionando a condução administrativa nesses oito meses de gestão.
O tom adotado por Lilo, no entanto, tem soado mais como vingança política do que como oposição. Isso porque, nos bastidores, comenta-se que o ex-vereador não encontrou espaço no governo de Sorocaba, administrado por Rodrigo Manga, irmão do prefeito de Votorantim. A leitura que circula entre lideranças locais é de que o prefeito sorocabano prefere manter distância daqueles que se colocam como adversários de seu irmão na cidade vizinha.
Nas declarações, Lilo afirmou ser uma liderança política de Votorantim e relembrou os quase 800 votos obtidos na última eleição municipal. Disse também estar recebendo “centenas de mensagens” de moradores insatisfeitos com o governo e acusou a administração de ter realizado mais de R$ 42 milhões em compras sem licitação, apontando um “desgosto” com os rumos da cidade.
Ao finalizar sua manifestação, o ex-vereador ressaltou que se sente no dever de “falar pelo povo”. Entretanto, o fato de sua volta aos holofotes coincidir com a negativa de espaço político no grupo de Manga em Sorocaba levanta a interpretação de que suas críticas podem estar mais ligadas a ressentimentos pessoais do que a um projeto de oposição estruturado.
Pastor Lilo mira 2028 e pode lançar esposa como candidata
Embora esteja inelegível por oito anos após decisão mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em maio último, o ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Votorantim, Pastor Lilo, segue articulando nos bastidores para manter influência na política local.
O ex-parlamentar, que até pouco tempo era apontado como avalista do ex-assessor Jonny Vasques para eleições futuras, rompeu a relação política com ele. O afastamento teria enterrado a possibilidade de Vasques herdar o apoio do ex-vereador.
Agora, pessoas próximas garantem que Lilo trabalha com uma nova estratégia: caso não consiga reverter sua inelegibilidade, a aposta para 2028 será sua esposa, a pastora Isabela Reigado Camargo. Ela desponta como o nome escolhido para representar o grupo político ligado ao pastor, preservando sua base eleitoral e mantendo viva sua presença no cenário político de Votorantim.
Nos bastidores, a movimentação é vista como uma forma de Lilo manter protagonismo, mesmo fora das urnas, projetando no nome da esposa a continuidade de sua influência e a tentativa de reposicionamento para o futuro.
Pastor Luiz assume após TRE invalidar votos de Pastor Lilo
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) de manter a cassação da ex-prefeita Fabíola Alves, de Lourival Cesário da Silva (Cesar Silva) e de Alison Andrei Pereira de Camargo (Pastor Lilo) mudou o cenário político de Votorantim.
Com a condenação, os votos de Pastor Lilo foram anulados, obrigando a Justiça Eleitoral a realizar o reprocessamento dos resultados. O recálculo do quociente partidário alterou a composição da Câmara: Pastor Luiz Carlos (PL) assumiu a vaga, enquanto Adeilton Tiago dos Santos (PRD) perdeu o assento.
Câmara mantém veto a projeto de banheiros químicos
Na sessão da última terça-feira (19), a Câmara Municipal de Votorantim decidiu manter o veto do Executivo ao projeto do vereador Diego da Padaria (Podemos), que previa a instalação de banheiros químicos para trabalhadores externos no município.
O prefeito justificou que a proposta feria a competência privativa do Executivo e poderia comprometer a harmonia entre os poderes. Com a manutenção do veto, o projeto não será promulgado, e caberá à administração municipal seguir definindo as políticas de infraestrutura e higiene voltadas a esses trabalhadores.
Exonerações na administração
Duas exonerações publicadas na edição do jornal oficial do município desta sexta-feira (23) chamaram a atenção nos bastidores políticos de Votorantim. Foram desligados de suas funções o advogado Sérgio Bressan Marques, que ocupava o cargo de assessor especial, e Pastor Ivan Telles, assessor lotado no gabinete.
Ambos vinham sendo considerados nomes de influência em suas áreas de atuação e faziam parte do atual governo. A saída repentina dos dois abre espaço para especulações sobre possíveis mudanças na composição do quadro de aliados e no equilíbrio das forças que dão apoio à administração.
Exoneração inesperada
Ivan Teles
O pastor Ivan Telles, que atuava como assessor de gabinete e tem reconhecida vivência em ações sociais, afirmou à Gazeta de Votorantim que foi pego de surpresa com a notícia de sua exoneração. Segundo ele, a comunicação oficial ocorreu de forma repentina: às 16h de sexta-feira, apenas uma hora antes da publicação no Jornal do Município.
“Eu estava numa reunião de gabinete com todos os comissionados, o prefeito me cumprimentou normalmente. Não havia nenhum sinal. Inclusive chegaram a fazer observações positivas sobre minha continuidade no governo. Pouco depois, recebi a ligação do RH informando da exoneração”, relatou.
Apesar do episódio, Telles declarou que recebeu a decisão com serenidade: “Estou em paz. Acho que há um tempo para todas as coisas, um tempo de ficar e um tempo de sair. Não tenho certeza do motivo, talvez algo tenha incomodado, mas não sei o que foi”.
O agora ex-assessor também destacou que não integrou o grupo de apoio ao atual prefeito durante a eleição, já que estava ao lado do candidato a prefeito Mauro. “Não acredito que isso tenha relação. Foi a primeira vez que aceitei compor um governo, apesar de já ter sido convidado em gestões anteriores. Agora, vou refletir e procurar entender melhor o que aconteceu”, concluiu.
Quando a culpa é do sofá
Imagem ilustrativa/ IA
Os poderes Executivo e Legislativo são independentes. Aos vereadores, cabe fiscalizar e propor leis, não defender automaticamente o governo de plantão. Isso não significa que não deva haver diálogo entre os poderes, a harmonia é desejável, mas ela não pode servir de pretexto para transformar representantes do povo em escudos do Executivo.
O papel de defesa do governo, quando necessário, cabe ao líder de governo na Câmara durante as discussões das proposituras, e aos setores de comunicação da Prefeitura, que, aliás, demonstram grande eficiência ao abastecer as redes sociais do prefeito.
À imprensa, por outro lado, cabe investigar, questionar e dar espaço para todos os lados se manifestarem. Sempre que a Prefeitura de Votorantim é procurada, a imprensa profissional oferece a oportunidade de resposta. Quando essa resposta não vem, o jornalismo cumpre seu papel: publica o que foi apurado. E assim deve ser em uma sociedade democrática.
Convém lembrar: jornalismo profissional não é feito de cópias de textos reescritos por inteligência artificial. É feito de apuração, ética e compromisso com os fatos.
Por isso, a obrigação de esclarecer é do Executivo. Quando não o faz, a responsabilidade não é da imprensa.
Na sessão legislativa da última terça-feira (19), vereadores tentaram transferir aos jornalistas a culpa por desgastes na imagem do governo. Mas, se não há respostas oficiais, se o Portal da Transparência falha em disponibilizar informações, não há como exigir silêncio da imprensa. Ao contrário: é dever do jornalismo cobrar e dar voz à população.
As críticas da sessão não foram direcionadas à Gazeta de Votorantim, pois os casos mencionados não foram tratados por este veículo. Ainda assim, nos solidarizamos com os colegas que se dedicam a cumprir seu papel com seriedade.
No fim, culpar a imprensa por problemas de gestão é como culpar o sofá por uma traição: um recurso conveniente para não encarar a realidade.
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