A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Votorantim conseguiu empregar no McDonald’s do Centro, em Votorantim, sua primeira aluna. A jovem Ana Paula Esteves, de 17 anos, que mora no bairro Jardim São Lucas, em Votorantim, começou a trabalhar na empresa no último dia 15. De acordo com Priscila Pinheiro, que é terapeuta ocupacional da APAE, Ana Paula tem retardo mental leve. “Surgiu uma vaga no McDonald's e nós vimos que a Ana Paula tinha o perfil para essa vaga e direcionamos ela com orientações e treinamentos para lá. Ela é a primeira aluna da APAE de Votorantim que eu tenho conhecimento que conseguiu um emprego no McDonald's. Para nós é muito gratificante”, destaca.

Ana Paula diz estar gostando do emprego. “Eu já queria trabalhar. E eu queria trabalhar no McDonald's mesmo. Minha mãe ficou feliz de eu conseguir o emprego. E eu estou orgulhosa de conseguir”, frisa a jovem.

A jovem diz que esse é seu primeiro emprego. “Não é difícil, é gostoso trabalhar. Eu venho de manhã na APAE, daí o pessoal me leva até o McDonald's. Eu trabalho lá das 13h às 19h. Lá eu fico no salão, daí eu limpo as mesas e bandejas, tiro o lixo, daí checo os banheiros para ver se estão limpos, ajudo na cozinha. Eu estou gostando, o pessoal é legal comigo lá”, conta.

A terapeuta explica que as dificuldades de Ana Paula são reduzidas em comparação com outras deficiências. “Os problemas dela são com identificação de letras para formar as palavras e ela também tem dificuldade com identificação de horas. Essas foram as maiores dificuldades dela inicialmente no trabalho”, relata.

“Eu a acompanhei no primeiro dia de emprego para ver como seria a rotina de trabalho dela e a necessidade que ela teria ali, para que eu pudesse adaptar dentro das dificuldades que ela tem. O ambiente de trabalho dela está bem adaptado para recepção de pessoa com deficiência. Lá tem muita identificação com imagens e cores e isso facilita a relação de inserção dela. Foi fácil associar dentro da dificuldade dela”, destaca a terapeuta.

Priscila ressalta que Ana Paula já está apresentado mudanças na vida pessoal desde que começou o emprego. “Eu já percebi que ela está mais centrada e observadora desde que começou a trabalhar. Com o tempo a gente pode ter ainda mais ganhos com ela”, diz.

De acordo com Cláudio Costa, que é franqueado dos McDonald's de Votorantim e região, o processo seletivo para pessoas com deficiência (PCDs) é o mesmo que para outros funcionários, observando-se as limitações de cada um. “Eles passam por entrevista, conversamos com os pais, entendermos as limitações deles e procuramos nos adequar quando eles entram no restaurante, para que possamos passar tarefas que eles consigam executar. Nós procuramos explorar o que eles têm de melhor, fazemos várias experiências para ver a área onde cada um se sai melhor”, explica.

“Nós trabalhamos com PCDs em Sorocaba e região há 27 anos, ou seja, muito antes de ter a cota obrigatória de contratação de PCDs. Já tivemos, por exemplo, 18 pessoas com síndrome de down trabalhando nos restaurantes da região, sendo que uma delas trabalhou no restaurante durante 16 anos. Também temos vários portadores de outras deficiências que trabalham conosco”, relata Cláudio.

O franqueado destaca que tem como objetivo ter pelo menos duas pessoas com deficiência em cada restaurante. “Isso ajuda muito também a equipe. Isso incentiva bastante e une a equipe. É importante a presença de PCDs nos nossos restaurantes. Nós procuramos fazer esse processo de inclusão social. Todos os segmentos da sociedade estão presentes como clientes nossos e também como funcionários”, conclui.

Reportagem publicada na edição 319 da Gazeta de Votorantim, de 01 a 07 de junho de 2019, na página 06.