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Votorantim,12/06/2025

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    Falece Zé Bocca, artista votorantinense

    Fonte: Divulgação
    Falece Zé Bocca, artista votorantinense Zé Bocca

     


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    Atualizado às 22h38


     


    É com profundo pesar que a Gazeta de Votorantim comunica o falecimento do contador de histórias votorantinense Zé Bocca, de 56 anos, ocorrido no início da noite desta quinta-feira (07), por complicações decorrentes de uma pneumonia. Ele sofreu três paradas cardiorrespiratórias assim que foi internado na UTI e não resistiu.


     


    O velório será na Ossel de Votorantim e terá início às 8h30 desta sexta-feira (08). O sepultamento será às 15h desta sexta-feira, no Cemitério São João Batista, em Votorantim. Segundo seu irmão Pedro Kriguer, um sarau está sendo organizado pelos seus amigos para ser realizado durante o velório.


    José Antonio Carlos, conhecido pelo seu nome artístico Zé Bocca, nasceu na Vila Dominguinho, em Votorantim. Ator, iniciou a carreira artística em 1987, no Grupo de Intervenção Performática Olho da Rua, que reunia jovens aspirantes a atores, cantores, educadores e músicos para divulgar poesia nas ruas e praças de Sorocaba e região. Bocca encontrou seu maior talento como contador de histórias, área artística pela qual se destacou nacionalmente, tendo se apresentado nos principais eventos de narração do Brasil. Foi capa da revista Globo Rural e destaque na mídia brasileira pela diferenciação do seu trabalho de resgate da cultura popular e como contador de histórias para adultos e crianças.


    Atuou ainda como professor de artes, produtor cultural, coordenou o núcleo de contação de histórias de Votorantim no início dos anos 2000, quando também produziu e apresentou o projeto Violas, Causos e Crendices por 10 anos.


    Zé Bocca ainda transitou pela literatura, tendo lançado em 2019 o livro “O bicho mais poderoso do mundo”, pela editora Aletria. Na ocasião do lançamento, assim se descreveu o artista: “Meu umbigo está enterrado em Votorantim/SP, pois foi onde nasci, num 08 de março, dia de luta da mulher, na casa de minha avó Laura, pelas mãos de dona Maria José parteira, ajudada pela minha tia Ermida, da barriga da minha mãe Helena, enquanto Toninho, meu pai, descascava milho no quintal, na tensão da espera pelo choro do primeiro filho. Nessa terra cresci tomando banho nos rios e cachoeiras, chutando bola nos campinhos de terra, devorando letras das revistas em quadrinhos, rótulos de produtos, missal da igreja, ajudando o padre como coroinha, ouvindo e inventando histórias, que muitos diziam que era tudo mentira. Na juventude me descobri ator, daí pra contador de histórias foi um era uma vez. Hoje minha palavra me leva para diversas partes do Brasil, contando em escolas, bibliotecas, cadeias, hospitais e outros locais. Essa, que foi a primeira história que contei de palavra falada, e é também a primeira que conto de palavra escrita”, ‘se contou’ Zé Bocca.


    Durante a pandemia da Covid-19, Zé Bocca se reinventou e uma das alternativas encontradas por ele foi o escambo, sendo também uma oportunidade para ele exercer o gosto pela gastronomia. Em seu sítio, produzia goiabada, nhoque e molho de tomate para trocar por outros produtos. “Ainda que um sonhador, ainda sou socialista, e acredito que é possível manter relações em uma sociedade sem envolver dinheiro”, disse o artista em 2020 para a nossa reportagem.


    Além do escambo, Zé Bocca iniciou o projeto “contos quarentenicos” com um parceiro de longa data, o músico Marcos Boi, divulgando a centenas de pessoas, por WhatsApp, um conto diferente por semana narrado por Zé Bocca e produzido, editado e sonorizado por Marcos Boi, e, aqueles que queriam, podiam colaborar com o projeto com depósitos pelo “chapéu virtual”.


    Além de militar pela arte, Zé Bocca também era um militante político do Partido dos Trabalhadores, sendo um árduo defensor de suas convicções sociais e tendo participado de importantes debates locais e nacionais.


    De família tradicional votorantinense, Zé Bocca deixa dois filhos,  João Henrique (40) e Bruno (38), netos, pais, irmãos, sobrinhos, amigos, e uma legião de admiradores.


     


    Esta reportagem será atualizada.


     


    Texto: Luciana Lopez


     


     




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