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Votorantim,12/07/2025

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    Opinião do Bolinho - Tome que o filho é seu: Ministério Público, resolva aí!


    Opinião do Bolinho - Tome que o filho é seu: Ministério Público, resolva aí!


    Por Rogério Bolinho*


    Estive presente na sessão da Câmara de Votorantim na última terça-feira (13), acompanhando de perto o momento em que os vereadores decidiriam se aceitariam ou não o pedido de abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito Weber Manga (Republicanos). E o que vi foi mais do que um jogo de votos — foi a exposição clara de uma incoerência institucional que desafia a lógica do papel fiscalizador do Legislativo.

    O pedido foi protocolado pelo ex-servidor da própria Casa, Jhonny Vasque, com base na denúncia do vereador Gaguinho (PMB), que afirma ter recebido proposta de suborno no valor de R$ 2 mil mensais do secretário de Governo, Betinho, para apoiar politicamente o Executivo. Gaguinho foi o único a votar favoravelmente à abertura da investigação. Resultado: 8 votos contrários, um favorável, ausência por atestado médico e o presidente da Câmara sem votar, como prevê o regimento.

    A justificativa dos vereadores que rejeitaram o pedido foi o parecer do setor jurídico da Casa, que apontou “inconsistências” na denúncia. No entanto, o que chamou a atenção — e merece reflexão — é que os mesmos parlamentares que disseram “não” à apuração na Câmara agora aparecem como autores de um novo pedido: desta vez, ao Ministério Público (MP).

    E aí eu pergunto: se a denúncia era inconsistente, por que então levá-la ao MP? O que era frágil para a Câmara virou robusto para o Ministério Público? Teria sido apenas uma tentativa de “lavar as mãos”? Ou quem sabe uma forma de transferir a responsabilidade, evitando o desgaste político?

    O que se viu foi o Legislativo, que deveria ser a linha de frente na fiscalização do Executivo, abrindo mão do seu papel. A Câmara preferiu não adotar o “filho”, mas o reconheceu. E decidiu entregar ao MP a tarefa de investigar aquilo que ela mesma se recusou a enfrentar.

    A denúncia não desapareceu. Só mudou de endereço. E, ao que parece, talvez o MP ou até mesmo o departamento jurídico da própria Câmara precise assumir o papel que, por obrigação constitucional, é dos vereadores: fiscalizar, questionar e defender o interesse público.


    *Bolinho é radialista e jornalista




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