Alunos e pais da Escola de Música de Votorantim (EMV) “Maestro Nilson Lombardi” demonstraram preocupação com a possível desativação da instituição durante a sessão legislativa da Câmara Municipal realizada na última terça-feira (20). A mobilização ocorreu após declarações do prefeito Weber Manga (Republicanos), durante o programa “Quinta com o Prefeito”, indicando a intenção de encerrar as atividades da escola “por falta de recursos financeiros” e, segundo ouvido pelos alunos, “pela baixa visibilidade do projeto”.

A EMV, criada em 2016 por meio da Lei 2.497, é mantida pela Prefeitura de Votorantim via Secretaria de Cultura e Turismo e oferece ensino público e gratuito. A escola é voltada à iniciação e formação técnico-musical erudita por meio de cursos regulares e livres. Os cursos regulares incluem instrumentos como violino, violoncelo, piano clássico, trompete e canto lírico, com duração entre 6 e 10 anos. Já os cursos livres contemplam aulas coletivas de musicalização infantil e canto coral infantojuvenil.

Durante a sessão legislativa, o vereador Rodrigo de Melo Kriguer (PSD) apresentou o Requerimento nº 153/25, solicitando esclarecimentos do Executivo sobre a real situação da EMV. Entre os questionamentos, o documento pede detalhes sobre os investimentos previstos, parcerias planejadas, critérios para possíveis mudanças ou fechamento, e se há estudos sobre o impacto social e cultural de eventuais alterações no funcionamento da escola.

As falas dos vereadores na tribuna revelaram um cenário de desencontro de informações: enquanto alguns afirmaram ter sido informados de que a escola permanecerá aberta, outros demonstraram incerteza quanto ao futuro da instituição. A Prefeitura foi questionada duas vezes pela Gazeta de Votorantim ao longo do mês, mas até o momento não respondeu oficialmente.

O clima de insegurança preocupa alunos e suas famílias, que temem prejuízos à continuidade dos estudos e ao desenvolvimento artístico dos estudantes. Entre os manifestantes, esta Elisa, de 12 anos, aluna de violino, e Felipe, de 11, aluno de violoncelo. Em mensagens emocionadas, ambos pediram apoio da população e da imprensa para evitar o fechamento da escola.

“Essa escola é como uma segunda casa. A gente aprende mais do que música — aprende a ter disciplina, a trabalhar em grupo e a sonhar alto”, disse Elisa. Já Felipe ressaltou que, além do aprendizado musical, a escola representa um espaço de convivência e realização pessoal: “É lá que eu faço amigos e desenvolvo algo que gosto muito de fazer.”

A falta de transparência nas decisões da Prefeitura tem sido alvo de críticas. Pais, alunos e vereadores seguem aguardando uma resposta clara do poder público sobre o destino da Escola de Música de Votorantim.

Fotos: Adriano Brandão/ cortesia