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Aldo Fogaça

Na sessão da Câmara de Votorantim da última terça-feira (29), a apresentação de um requerimento despertou grande discussão entre os parlamentares, com reflexos fora do Legislativo.

O vereador Murilo Piatti (PSDB) questionou “como anda o funcionamento da Incubadora de Votorantim – Núcleo de Desenvolvimento Empresarial Dr. José Ermírio de Moraes Filho, se há vagas disponíveis para novas empresas e ainda se é feito um rodízio, para gerar novas oportunidades aos pequenos empreendedores”.

Murilo diz que foi procurado por novas empresas que gostariam de se instalar na incubadora e encontraram dificuldades. O vereador ainda questionou “se há alguém responsável administrando a incubadora, atualmente, e como é feita a manutenção do local”.

“Essa problemática da Incubadora é antiga em Votorantim e precisamos dar espaço a todos. As informações são de que foi feita uma concessão há tempos e até agora não atualizaram. Precisamos que gire a engrenagem para que novas empresas possam receber o incentivo e se instalar lá. Que seja feito uma avaliação da atual situação e seja algo justo, não prejudicando quem está lá, mas dando oportunidade aos novos também, fazendo jus ao nome incubadora”, diz o vereador.

O vereador Cesar Silva (Cidadania) lembrou que no início da Incubadora, há cerca de 20 anos, o empreendimento contava com o importante apoio do Sistema S, capitaneado pela Fiesp/Ciesp, que dava suporte aos empreendedores que estavam iniciando sua jornada no mundo empresarial. “Hoje, há a preocupação com futuro dessas empresas. Algumas estão lá há mais de 10 anos, já ultrapassando o período de incubação, mas se saírem de lá sem o devido planejamento, alguém poderá dizer que a necessidade de transparência - e de rodízio - prejudicou a continuidade da empresa”. O Núcleo de Desenvolvimento Empresarial de Votorantim Incubadora de Empresas Dr. José Ermírio de Moraes Filho foi inaugurada em 05 de setembro de 2003 pelo prefeito Jair Cassola.

O vereador Mauro do Materiais (PTB) disse, durante a sessão, que, “embora doa, algumas atitudes devem ser tomadas.  Eu sugiro determinar tempo de mais 2 anos para quem já está instalado na Incubadora, sem prorrogação. Não é justo, por ‘dó’ acabar dando privilégio a alguns, privando o direito de outros. Certas situações não se resolvem na conversa, por isso existem leis, para solucionar questões que não chegam a acordo com conversas”, disse o parlamentar.

Apesar da Incubadora estar instalada em um prédio municipal, não há informações públicas detalhadas sobre as empresas abrigadas naquele espaço. Pelo menos é o que dizem os vereadores. “Por isso, fizemos o requerimento, disse Murilo. César Silva e Mauro também buscam as informações.

A situação da Incubadora já motivou outros requerimentos no Legislativo. Em 18 de abril de 2017, o então vereador Pastor Dr. Luiz Carlos questionou a administração para que informasse qual a situação da Incubadora Industrial do bairro Parque Jataí (condições do prédio e de suas instalações); quais são as empresas instaladas no local; quantos boxes estão disponíveis; qual o custo para utilização desse espaço; quais os critérios para a utilização dos boxes; se é possível desenvolver programas, utilizando o atual prédio, a fim de capacitar/qualificar munícipes para o mercado de trabalho e geração de renda e, de fomentar e viabilizar o espaço para a atração de micros e pequenas empresas e até os microempreendedores individuais, e pede outras informações correlatas.

Em resposta, o governo de Fernando de Oliveira Souza respondeu o seguinte: “Informamos, após a vistoria realizada em 31/01/17 pela Pasta competente, que ficou constatado que a estrutura interna e externa do prédio está em boas condições. Atualmente encontram-se 6 empresas instaladas na Incubadora, sendo BOX 04/023 - Poiato Recicla Ltda - Reciclagem e Coleta de resíduos de cigarros; BOX 13 - Patrick Pontes de Oliveira ME - Comércio de Produtos Alimentícios; BOX 12 - Amarildo Montanholi - Comércio de Produtos Alimentícios; BOX (piso superior) - Confecção; BOX 08 - Escultor de Madeiras; BOX 07 - Braslen - Comércio de Produtos Alimentícios. A Administração pretende disponibilizar em breve, em torno de 06 BOXES para instalação de novas empresas, observando que nos anos passados os mesmos foram utilizados para armazenamento de materiais diversos e arquivo morto. Em relação a gestão da Incubadora, foi constituído um Conselho através da Portaria 16823, que estará se reunindo a fim de criar critérios, regulamentar os procedimentos, a finalidade e os prazos para utilização dos boxes. Informamos ainda, que a Incubadora possui espaço adequado apenas para o funcionamento de Empresas, e no momento o Governo Municipal está empenhado na reestruturação da Incubadora com esse objetivo”, disse a resposta datada de 2017.

E a Prefeitura?

Na quinta-feira (1º), às 11h45, a Gazeta de Votorantim enviou, por e-mail, o seguinte questionamento à Prefeitura: Quantos são os incubados atualmente?; Quem são?; Há quanto tempo cada um está lá?; Qual é a contribuição de cada um com o município?; Pagam aluguel, água, energia elétrica?; Os contratos são de quantos anos?; Os contratos são de concessão de uso?;  Gostaríamos de saber o que o Plano de Governo prevê sobre a Incubadora de Votorantim, mas até o fechamento desta edição a Municipalidade não respondeu.

Em entrevista à Gazeta, publicada na edição 202, de 27 de fevereiro, a secretária municipal de Planejamento e Desenvolvimento, Mirian de Oliveira Galvão Zacareli, disse que um dos desafios de sua secretaria seria entender o que está acontecendo com a Incubadora de Votorantim. À época, ela informou que no espaço funcionavam 21 empresas e que nos próximos quatros anos, a meta seria buscar um novo lugar para instalar a Incubadora, readequá-la à necessidade de Votorantim e ampliá-la.

Reportagem publicada na página 04 da edição 420 da Gazeta de Votorantim de 03 a 09 de julho de 2021.